quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Conflito familiar é o que mais incomoda adolescentes

Conflito com familiares é o problema que mais incomoda as adolescentes atendiados no Ambulatório de Ginecologia da Adolescência, que fica no Hospital das Clínicas, em São Paulo.

O estudo, realizado pela Secretaria de Estado da Saúde, ouviu 92 jovens que receberam atendimento psicológico entre janeiro e julho deste ano. Desse total, 83% apresentaram algum tipo de queixa.

O problema de relacionamento com a família foi apontado por 22% das entrevistadas. Em geral, as adolescentes queixam-se de que as mães não as ouvem, de que os pais não as deixam fazer nada, de que o irmãos brigam muito com elas ou de que os pais não querem que elas tenham relações sexuais. A idade média das entrevistadas foi 16,5 anos.

Das adolescentes ouvidas, 11% confessaram ter medo de engravidar, morrer, estar com Aids, ser presa ou medo do futuro. Outras 9% estavam incomodadas com conflitos amorosos, 8% afirmaram ser nervosas, 6% preocupadas, 4% ansiosas e outras 4% apresentaram quadro de desânimo.

Luto, insatisfação com imperfeições do corpo, indecisão e queixas genéricas, como notas baixas na escola, falta de alguém para conversar ou excesso de tempo na Internet, também foram apontadas pelas adolescentes.

“Conflitos interpessoais e intra-psíquicos em adolescentes são naturais, mas é preciso dar espaço para que elas falem sobre esses problemas e expressem seus pontos de vista. Trabalhar o lado emocional e reduzir a vulnerabilidade das jovens é fundamental para evitar que comportamentos de risco, como uso de drogas ou sexo sem camisinha”, afirma Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do programa de Saúde do Adolescente da Secretaria.

Fonte: Revista Abril

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Dependência de Nicotina..!

Para experimentar o prazer do principiante, o cérebro passa a exigir doses cada vez mais altas de nicotina

NICOTINA é uma droga que anda com péssimas companhias. Pouco contribui para as doenças causadas pelo cigarro; deixa o serviço sujo por conta das centenas de substâncias tóxicas resultantes da queima do fumo, inaladas ao mesmo tempo.

É ela, entretanto, a responsável pela dependência química que escraviza o usuário. Não existisse nicotina nas folhas de fumo, o cigarro daria tanta satisfação quanto fumar um pé de alface.

Na coluna de hoje, leitor, vou explicar porque 80% dos que tentam livrar-se dessa droga fracassam já no primeiro mês de abstinência e porque míseros 3% permanecem abstinentes depois de um ano.

O cigarro é um dispositivo projetado para administrar partículas de nicotina dispersas na fumaça. Absorvida nos alvéolos pulmonares, a droga cai na circulação e chega ao cérebro em velocidade vertiginosa: seis a dez segundos.

Sabe Deus por que capricho, os neurônios de algumas áreas cerebrais possuem pequenas antenas (receptores) às quais a nicotina se liga. A ligação com os receptores abre canais na membrana desses neurônios, através dos quais transitarão diversos neurotransmissores, substâncias que interferem com a intensidade dos estímulos que trafegam de um neurônio para outro.

Um deles é a dopamina, mediador associado às sensações de prazer e à compulsão que nos faz repetir as experiências que as proporcionaram, sejam sexuais, sejam gustativas ou sejam induzidas artificialmente por drogas psicoativas como cocaína ou maconha.

A nicotina induz prazer e reduz o estresse e a ansiedade. O intervalo entre as tragadas é ajustado na medida exata para controlar a excitação e o humor. Fumar melhora a concentração, a prontidão das reações e a performance de algumas tarefas. A simples manipulação do maço, o gosto, o cheiro e a passagem da fumaça pela garganta são suficientes para trazer bem-estar ao dependente.

A razão mais importante para esses benefícios é o simples alívio dos sintomas da síndrome de abstinência. Das drogas conhecidas, nenhuma causa abstinência mais avassaladora: irritabilidade, agitação, mau humor, ansiedade crescente e anedonia, a incapacidade de sentir prazer.

A exposição repetida dos neurônios à nicotina dispara o mecanismo de tolerância ou neuroadaptação, por meio do qual o número de receptores aumenta em suas membranas. Como consequência, para experimentar o mesmo prazer do principiante, o cérebro passa a exigir doses cada vez mais altas da droga. Negar-se a fornecê-las é cair no inferno.

A repetição diária de crises de abstinência alternadas com a felicidade de ficar livre delas leva o cérebro a associar os efeitos agradáveis da nicotina com certos ambientes, situações e momentos específicos. Esse conjunto de fatores é responsável pelo condicionamento que obriga a acender mecanicamente um cigarro antes mesmo da necessidade consciente de fazê-lo.

Estados de humor desagradáveis, ansiedade e irritação de qualquer origem são lidos pelo cérebro como falta de nicotina e urgência para fumar um cigarro.

Estudos realizados com irmãos gêmeos mostram elevado grau de predisposição genética envolvido na aquisição da dependência, nas características dos sintomas de abstinência e até no número de cigarros fumados por dia.

O comportamento das mulheres fumantes é mais influenciado pelo condicionamento e pelos estados de humor negativos; o dos homens, mais pelos estímulos farmacológicos da droga. Os homens regulam as doses de nicotina inaladas com mais precisão e conseguem parar de fumar com menos sofrimento.

Primariamente, a nicotina é metabolizada por uma enzima do fígado (CYP2A6). Pessoas nas quais essa enzima apresenta atividade reduzida mantém a droga mais tempo em circulação e tendem a fumar menos. Metabolizadores rápidos precisam fumar mais, apresentam sintomas de abstinência mais intensos e encontram maior dificuldade para largar do cigarro.

Droga maldita. Não conduz a nenhum nirvana, não desperta fantasias psicodélicas nem traz sensação de felicidade plena. O que faz o fumante cair nas garras do fornecedor é o condicionamento associado à sucessão dos sintomas de abstinência aplacados imediatamente pelo cigarro seguinte. Fumar se torna condição sine qua non para sobreviver com dignidade.

Autor:Drauzio Varella,Folha de São Paulo
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

sábado, 2 de outubro de 2010

Guru indiano participa de Intercâmbio sociocultural “Brasil – índia” em Angicos

O médico e especialista em filosofia, guru (professor espiritual) indiano Dr. Swami Nardanand participou do Intercâmbio Sociocultural Brasil – Índia, evento de responsabilidade do Núcleo Educacionista Câmara Cascudo que aconteceu nesta segunda-feira (27) e contou com o apoio da Casa de Cultura Palácio Paulo Freire, Conselho Tutelar, ADA, 8ª DIRED e algumas escolas do município.
Dr. Swami Nardanand falou como se viver uma vida mais saudável, harmoniosa e introspectiva, respondeu a algumas perguntas e falou de sua impressão do povo brasileiro.
O mestre em inglês, professor Luis Alberto, Rildeni Medeiros e o escritor Modesto Neto foram os mediadores do intercambio.
Modesto Neto perguntou ao Dr. Swami Nardanand duas questões relacionadas às conjunturas sociais do Brasil e da Índia. “Como você enxerga essa sociedade centrada no mercado que reduz o homem a uma ferramenta semi-automática de trabalhar e comprar, especialmente aqui no Ocidente, e qual a sua posição sobre as castas sociais na Índia?” Requisitado a responder Dr. Swami foi categórico: “castas não são boas, eu não concordo com as castas”. “É necessário você ter um tempo pra si, trabalhar não pode se tornar um espaço de alienação, trabalhar deve ser uma dignificação que não atente contra a felicidade ou reduza o homem” – respondeu.
Dr. Swami desenvolve um combate a malaria e a dengue na Índia e mantém uma escola com 100 meninas já que o Governo Indiano não se responsabiliza pela educação de mulheres. Em Angicos/RN, Swami se disse muito feliz em conhecer mais um pedaço bonito do Brasil. Swami veio a primeira vez ao Brasil nesta viajem e ministrou dois workshops, um em São Paulo e um em Natal. Nesta terça-feira (28) ele segue viajem de volta a Índia.
Veja Algumas Imagens do Evento:


Rildeni Medeiros, Dr. Luis Alberto, Dr. Swami e Modesto Neto
Rildeni Medeiros, Dr. Luis Alberto, Dr. Swami e Modesto Neto
Rildeni Medeiros, Dr. Luis Alberto, Dr. Swami e Modesto Neto
Rildeni Medeiros, Dr. Luis Alberto, Dr. Swami e Modesto Neto
Estudantes, universitários, professores e profissionais de saúde acompanharam o evento
Estudantes, universitários, professores e profissionais de saúde acompanharam o evento